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30 de mar. de 2012

Invenção de Amor

 Enviado por
Uma história de amor do mundo de engrenagens e pinos.

http://www.youtube.com

Mensagem no celular.

linhacabotagem.blogspot.com/Divulgação.

“- Sabe amor..., Estou viciada de você, do teu corpo. No vício do que gosta em nós. Se te desejo? Muito! Se estou viciada em ti? Sem cura. Se te quero? Sempre. Amo-te, bom dia amor.”
“- Que seu dia seja repleto de harmonia..., se sentires saudade de mim..., me chama..., vou estar bem perto de você ai, dou-te um beijo. Amo-te!”

Tenho que me acostumar a ficar sem você pelas manhãs doravante. Abrir meus olhos e ver que não pode mais vir aqui. Só me basta lembrar as alegrias que me proporcionou, da paixão que aflorava em nós, quando te observava lânguida e desejosa, tua nudez que me provocava e me fazia tão bem, descarregava os sentimentos reprimidos com minhas mãos trêmulas. Amor sabe que só quero o teu sucesso, venceste inúmeras batalhas, é minha guerreira adorada e respeito todas as tuas vontades. Bem sei que serei um dia teu companheiro, vou estar ao teu lado, não vamos mais precisar enganar ninguém, nem teu nome omitir pelo medo de te jogar a sanha dos preconceituosos e recalcados, pessoas invejosas que só querem a nossa ruína. O desprezo é nossa melhor arma, nosso amor declarado em verso e prosa, os textos impregnados de você, será meu alento.

Levantei-me hoje cedo, arrumei minha cama, abri a janela e logo meu amigo Sol, me lembrou que mais um dia se inicia, embora não possa mais vir aqui, saberei aceitar e torcer que num momento destes, ouvirei o ruído do carro, subindo a colina até a entrada de nossa casa, ela é tão minha quanto sua meu amor. Repleta de paixões em seu ambiente, nossas energias estão impregnadas nas paredes, nos quadros, nas flores, no assoalho. Cada parte dela é o maior presente que podemos ter. Nada de luxo nem riquezas teremos aqui, apenas um lugar afastado e livre de impurezas. Apenas a nossa certeza que aqui é o nosso lugar. Teremos nossas flores regadas todos os dias, os pássaros virão a nossa janela nos saudar e se alimentar. A grama sempre crescerá com mais vitalidade, após cada chuva, cada noite de orvalho, coberta de pequenas gotas que molharão seus pés quando sair para sentir a natureza, ser tocada de leve pela brisa ao amanhecer e agradecer a vida que poderemos sempre aqui ter.

Vou deixar meu celular ligado, esperando notícias suas, se puder no fim de semana apareça, vou por nosso café à mesa como faço todas as manhas, os pães então quentinhos, os trouxe o rapaz da padaria, tem manteiga e margarina, bolo, biscoitos, tudo que você gosta, teus bombons no pote sobre a mesa.

O celular acaba de tocar, vou ver quem é tomara que seja ela.

Gerson Araujo Almeida

28 de mar. de 2012

Nossa manhã de amor

animalucemia.blogspot.com/Divulgação.

Batem a porta, quem será tão cedo? Mal raiou o dia, o canto dos pássaros já anuncia o nascer do sol, o galo já contou lá no fundo do quintal, o cacarejar das galinhas atordoa o silencio da noite que se foi. Preciso pegar uns ovos, adoro ovos frescos, quentes ainda, retirados dos ninhos que elas pensavam chocar. Levantar e me vestir, faz um pouco de frio agora pela manhã, aqui no sul é sempre assim, acabou o verão, vem frio logo a castigar o outono e o inverno, até o início da primavera. Adoro frio, bem fiz vindo para cá, ficar ao lado dela, minha amada desejada.

A campanhinha, preciso atender logo, pode ser ela, me disse que teríamos nossos encontros pela manhã, é melhor para ela se deslocar bem cedo, nem podem desconfiar que vem aqui me ver, seria um caos. Não quero prejudicá-la, só quero que tudo se arrume numa boa, nada de desavenças em família. O amor que nunca viveu com esta intensidade e pode viver agora, não me deixa sentir culpado de nada, apenas a quero ao meu lado para sempre.
- Já vou! Me desculpa já vou atender!
Atravesso a sala o mais rápido que posso, já tocou a campanhinha três vezes, cadê a chave, maldita chave, onde a coloquei.
- Amor! Abre logo!
A voz dela vem lá de fora, é ela, minha amada, a mulher que quero como minha companheira, minha amante, a mulher que eu adoro e quero aqui, reinando neste espaço por nós sagrado. Construído por nossas mãos e idealizado por anos. Enfim achei a chave, tenho que por sempre no mesmo lugar é mais fácil de achar. Destranco a porta, abro e uma luz forte invade o espaço, posso ver quem chama, quem me ama com todas as suas forças e calor do amor que sentimos um pelo outro.
- Amor, como demorou a abrir..., me beija me abraça apertado!
- Vem minha querida, sabia que viria, estava ansioso, apenas não pensei que seria tão cedo, é melhor assim, para você?
- Sim amor e melhor para nós dois e tenho compromissos mais tarde, podemos nos ter sem problemas, já desliguei meu celular, quero ser tua agora, me leva para cama, me deita em seu peito, me faz sentir os teus carinhos, me ama como só você sabe me amar.
- Vem amor, Te adoro e quero matar minha saudade.
- Vamos, tire tudo que nos atrapalhe, panos que nos cobrem, escondem nossas virtudes, nossos dorços macios e delicados.
- Sim amor, quero me entregar totalmente a nossa luxúria, ser seu por toda a manhã. Ser o amante desejado por ti.
- Vamos, me leva em seus braços, me faz feliz amor, eu quero..., agora.

Nossa cama ainda desarrumada nos recebe sem cerimônia, já nos teve como hóspedes várias vezes, mas nunca pela manhã, quero sentir novamente esta paixão avassaladora todas as vezes que estiver aqui amor, me mostra tua beleza, tua escultura de mulher, uma deusa do amor envolta de paixão. Minha loucura é você e mais ninguém poderá assumir teu cativo lugar. Quero que o dia não avance mais, que o tempo pare que o vento não sopre por instantes, quero a paz dos amantes, apenas o ranger do estrado, da cabeceira trêmula, do assoalho, vamos rolar pelo tapete da sala, te amar de todas as formas é meu maior prazer. Mulher da minha vida, dona de meu coração.

A paz se instaura, a manhã calma avança devagar, levanto, não quero que ela acorde, dorme como uma criança, calma e profundamente, mulher de meus pecados, de meus doces agrados, da minha paixão consumada. Vou me recompor, um agasalho por, lá fora está frio. No galinheiro os ovos ainda quentes, retiro dos ninhos, vão prepara-los para o nosso café da manhã, tenho certeza que ela saiu cedo de casa e nem se alimentou ainda. Dando a volta na casa, pego uma rosa bem vermelha, vou por no vaso da mesa da sala, coberta com a toalha rendada que ela trouxe da outra vez que esteve aqui. Entro devagar sem barulho produzir. O café é preparado, na cafeteira elétrica, é mais rápido, e bem mais gostoso, nada de saco nem de pano ou papel. Ponho a mesa, duas xícaras o bule reluzente, os biscoitos e os pães que ela trouxe ao passar pela padaria no sopé da colina, a beira da estrada, o vilarejo próximo é bem servido e nos supre de tudo.

Acorda amor, comecemos nosso dia, não tenha pressa, estou aqui a velar teu sono, quando acordar quero te dar um beijo, desejar que nosso sonho se realize e você possa comigo vir de vez morar. A camisola está a tua espera, se envolve nela é de pura seda, comprei especialmente para você, está sobre a cabeceira.

Gerson Araujo Almeida

25 de mar. de 2012

Mensagem recebida, amor da minha vida

dabunjr.wordpress.com/Divulgação.
Mensagem:
“- Sabe, quando você esta rodeada de gente mas, se sente sozinha? Estou assim..., esta ausência me mata..., NEOQEAV..., sabe, nossa casa na colina? Vou passar a noite lá, com você..., me espera.

Li tua mensagem agora no meu celular, a campanhinha estava baixa mas, pude ouvir o toque, estava subindo a colina que dá acesso a nossa casa, nosso ninho de amor, idealizado por nós, construída com nossos pensamentos e desejos. A nossa realidade que se fez matéria, palpável e vista por nossos olhos. A noite chegou os pássaros já se recolheram por uma conhecidência fui fazer umas compras, lá na cidade. Estava precisando de mantimentos, um vinho bem gostoso, umas guloseimas, uma caixa de bombons de chocolate.

O silêncio e as poucas luzes das distantes casas que posso avistar da estrada, parecem estrelas que descansam sobre a terra. Apenas os grilos, chamando suas companheiras, para se encontrarem e passarem a noite aconchegados. As cigarras, já não cantam mais, o outono já chegou, as temperaturas serão mais baixas, se elas não procurarem guardar alimentos para quando chegar o inverno, serão vítimas do frio e da solidão, cantarão somente no próximo verão, as que sobreviverem.

Que subida longa, mas caminhar me faz bem, só ficar em casa escrevendo todo o tempo, pondo minhas ideias no papel, apagando as dúvidas, tirando palavras erradas, lápis e borracha, ainda sou das antigas, sou do tempo da máquina de escrever. Computador é novidade, mas confesso que já estou adaptado, não me atrapalho mais.

Onde está minha chave, que bolso coloquei a danada..., achei, já pensou se perco, fico aqui, no frio, na noite, até você chegar. Não que não me agrade ficar ao relento, num lugar tão bonito, rodeado pelas flores que você plantou em volta da casa. O luar parece que não vem esta noite mas, quem sabe mais tarde, posso cumprimentar a dona Lua, velha companheira, das noites soltarias, quando só amargava não ter ninguém ao meu lado. Agora, tenho você meu amor, seus carinhos e beijos, seus abraços carregados de desejos, que apertam e aquecem este corpo cansado que rejuvenesce a cada encontro contigo. Fez-me jovem, me mostrou um amor que não conhecia, bela criatura, de majestosas fidalguia, és minha senhora, minha deusa, minha musa.

Bolsas pesadas, necessárias para o meu sustento, depois que larguei tudo para vir te ver, morar e viver aqui, perto de ti, valeu a pena cada momento. Sinto-me protegido e muito amado por ti, tenho te dado meu amor e proteção na medida que posso, tenho mantido nosso segredo até agora, é preciso meu amor. Venha logo, antes que a noite termine, só irás ao raiar do dia, deitaremos em nossa alcova, janelas abertas e só a luz da Lua, que tenho certeza que ela trará, pois imploro sempre sua presença, nas noites de amor que passamos aqui, deitados, acalentados e protegidos, em meio aos nossos desejos, cultivamos cada vez mais o nosso amor.

Tudo está pronto amor, nosso cenário está montado, o aroma das flores inunda nossa sala, colhi flores, já as pus na jarra sobre a mesa com a toalha rendada, a chaleira preparada nosso chá de cravo, ao lado, só preciso de você a aqui.

Gerson Araujo Almeida

24 de mar. de 2012

Meus tristes fins de semana

ruadireita.com/Divulgação.

Fim de semana para mim não tem mais um interesse maior, sinto-me muito só, já desfrutei de dias melhores, quando jovem, tudo era motivo para me lançar nas mais loucas empreitadas. Com os fiéis amigos, fazíamos verdadeiras loucuras, eram farras memoráveis. As meninas da minha rua, algumas metidas a besta, não queriam nada conosco, nem nos olhavam com carinho ou ternura, nos evitavam. Também, aprontávamos com as ditas cujas, magrelas e sem bundas, mal podiam competir com os garanhões sarados e atléticos, que dominavam o pedaço. Havia as gangues rivais, que se aventuravam em namorá-las. Eram ousados os safados invasores de nossa área. Ultrapassavam os limites estipulados e nos desafiavam a todo o tempo.

Nada de anormal, apenas alguns cascudos na cabeça, para lembrá-los que o território era proibido. Quando tínhamos que passar em seus domínios era uma correria danada, os bandos se enfrentavam, eram sacos com água, chingamentos, a mãe de muitos eram lembradas. Quanta troca de insultos, mas nada que viesse a machucar fisicamente, apenas ameaças, enfrentamentos e demonstrações de força dos machões. Cada fim de semana era memorável, temos muitas histórias para contar, quando nos encontramos nos dias de hoje. Que saudade da minha turma bagunceira, aos poucos alguns se foram, mudaram-se para outras localidades e estados deste país continental.

Tenho um amigo de outrora, melhor, dois amigos antigos, um mora em frente a minha casa, no Rio, o outro mais para a esquina ao fim do quarteirão. Um era criado sob a vigilância da mãe, o outro era mais solto, fazíamos muita companhia um ao outro, íamos brincar cada dia numa casa, sempre à tarde, tomávamos sempre um lanche delicioso, oferecidos por nossas mães. A desse amigo do fim da rua era melhor, o pai era mais abastado, e seus brinquedos eram mais interessantes, mais caros.

Hoje acordei saudoso, isso é bom, nos faz voltar no tempo, sabemos que fizemos nossa história, influenciamos pessoas, deixamos lembranças gostosas nas cabeças dos outros. É apenas isso que temos de tesouro, nossas memórias.

Mais um fim de semana, sem ela ao meu lado, deve estar ocupada, sua família precisa, faz parte com ela de seu mundo, sou o seu mundo paralelo, mas quando chegar a hora certa, este apaixonado poeta, se lançará em uma empreitada de valor, como nos tempos de outrora, vencedor e audaz, garanhão e bem capaz de dar amor a esta inesquecível mulher, que meu coração roubou, me fez ver a luz num fim de túnel que pensei não mais sair e me entregar às memórias do passado. Só sei que nosso espaço desejado, está aqui criado, O chá de cravo no armário da cozinha, a chaleira pronta e limpa, o tapete azul da sala, limpo e escovado, nosso cenário sempre pronto e preparado, para mais um encontro de amor e luxúria, para a mulher que me dá a ternura que preciso para viver e sentir, me embriagar de desejos em meio a seus beijos, seu calor, seu despudor do qual sou o único culpado. 

O Sol já vai auto, vou preparar alguma coisa para comer, tenho frango na panela, legumes cozidos, bastante verdura na geladeira, farei uma boa salada, com pepino e tomate, tomate é bom, previne o câncer de próstata, o alface me deixa tonto, tiro sempre uma soneca depois do almoço, mas parece um calmante, depois vou ligar o meu computador, meu MSN vai ficar aberto, quando puder ela entra e deixa uma mensagem, talvez me encontre disponível, quem sabe.

Gerson Araujo Almeida

23 de mar. de 2012

O tapete azul da sala


Recebi hoje uma encomenda, logo pela manhã, mal acordei, já estavam batendo a minha porta. Lá fora, um enorme caminhão podia ver pela janela de cortinas abertas, adoro receber os primeiros raios de Sol na cara, era de uma empresa de eletrodomésticos, bastante conhecida na região, de bons preços e ótimo atendimento. Fazia um dia lindo, o Sol já estava alto, talvez umas l0:00hs da manhã, confesso que acordo sempre bem cedo, ao raiar do dia, junto com o canto dos pássaros, na árvore dos fundos do quintal, naquela mangueira, que tenho que podar os galhos mas, a preguiça não deixa.
- Calma senhores! Já vou atendê-los!
Tenho que me apressar, coloco uma bermuda que tinha deixado aos pés da cama, não me agrada dormir vestido, acho incômodo, mesmo nas noites mais frias, apenas uma colcha me aquece, quando "ela" não está aqui.

O que deve ser? Não me lembro de ter comprado nada. Ando meio ruim de grana ultimamente muitos medicamentos que o posto de saúde não me forneceu na última consulta que fui, tive gastos a mais este mês na farmácia, tenho que apertar o cinto, que na verdade nem tenho não uso isso. Atravesso a pequena sala e destranco a porta, não é seguro dormir sem trancá-la, hoje em dia há tanta violência, moro sozinho agora, nesta estância, um lugar lindo, cheio de pastos e muita grama variada. Altas árvores pela estrada de acesso que sobe a pequena colina.
- Calma!, Já estou abrindo aporta!
Gente apressadinha, também pudera, têm tantas entregas para fazerem, mas podiam ser mais cordiais, e não esmurrarem a porta, reclamar com a empresa eu vou.
- Pois não! O que me trazem!
- Bom dia meu senhor! Temos uma entrega!
- O que é?
- É um tapete grande de sala.
- Tudo bem! Tem que pagar alguma coisa?
- Não senhor! É só entregar.
- Deixa ver a nota fiscal, por favor! Não me lembro de ter comprado nada! Hum! Está em nome dela...,
- Como disse!
- Tudo bem, podem descarregar!

Tenho que agradecer depois, realmente estava precisando cobrir o chão da sala, velhas tábuas do assoalho, já estavam precisando de um verniz novo. E o verniz anda tão caro, só preciso de uma camada de cera incolor e pronto, coloco o tapete azul na sala, a cor é bem agradável, azul acalma. Deve ter sido a última vez que ela esteve aqui, estivemos sentados no chão, à beira da mesa de centro, tomando nosso chá de cravo, ela adora e eu me acostumei com ele, realmente me senti incomodado e coloquei duas almofadas, para que pudéssemos ficar os dois, aqui sentados, olhando pela janela a Lua que já se preparava para dormir no horizonte, repleta de estrelas que iriam agasalha-la. Agasalhei-a também, como fizeram as estralas à Lua, depois de uma noite de amor, de muita paixão, de rolarmos pelo chão, consumamos nosso ato, de prazer e ternura e para cama sonolenta a levei para me deitar ao seu lado, protegendo-a do frio da noite passada.

Antes que o Sol levanta-se, como ela faz de costuma, se fora, não gosta de me incomodar, acordando-me. Ainda vejo as marcas de pneu lá fora no terreno ainda úmido da estrada que desce a colina. Lá se vai o caminho de entregas, também. Sobre a mesa de centro vejo um envelope agora, não tinha percebido antes, em meio à correria desta manhã. Tem por fora escrito: NEOQEAV, nosso código apaixonado de namorados. Nunca esqueça o quanto eu amo você, diz o código. Dentro um bilhete com a letra dela, que diz:
- Amor, o presente é para por no chão de nossa sala, vamos poder ficar, junto sob a luz do Luar.

"O tapete da sala está a nossa espera meu amor, venha assim que puder, teu amado te espera deitado sobre o tapete azul de nossa sala."

Gerson Araujo Almeida

21 de mar. de 2012

O vento, a chuva o chá de cravo


Assovia o vento pelas frestas da janela, pressiona as venezianas, faz o frio da noite penetrar no aposento pequeno que fiz de sala e quarto, tosca habitação no alto da colina não muito elevada, rodeada de flores que ela semeou da última vez que esteve aqui. Lá atrás, algumas caixas caem uma por cima das outras, tinha que me desvencilhar delas o quanto antes, quando estiver aqui novamente, sei que vai reclamar comigo. Foram as caixas de alguns objetos que trouxe para decorar nossa humilde habitação. Algumas jarras, para colocar as flores do nosso jardim, sobre a mesa estilo colonial que pedi e me disse que tinha adorado. Uma toalha rendada sobre a mesa com a jarra por cima. A mesa, assim que puder irei reembolsa-la. Nada mais justo.

A chaleira no fogão, a água para o chá já começa a borbulhar, uma leve fumaça bem branca se levanta por entre a tampa mal colocada, parece que não é a tampa certa, mas agora, não importa o chá logo vais estar pronto. Onde está o coador, sempre o perco. Ela adora chá de cravo. Gosto de muitos chás, mas o de cravo confesso que nunca tinha provado será a primeira vez.

Lá fora o vento começa a aumentar, ouço ruídos dos galhos que roçam no telhado, da frondosa árvore que tem nos fundos da propriedade. Uma enorme mangueira, duas vezes ao ano ele se enche de frutos, saborosas mangas espada, pequenas e tão saborosas, quanto os lábios dela. Preocupa-me o tempo, que mudança tão radical. Temo por um temporal daqueles. O chá já está pronto, saborear e esperar se ao menos ela me ligasse, me avisa-se, ficaria mais tranquilo, ela gosta de dirigir não importa o tempo que faça me preocupo muito por ela. Deveria ter podado estes galhos, podem danificar o telhado, tão logo possa o farei, amanhã bem cedo os derrubarei.

O sabor do chá é muito agradável o aroma bem característico confesso que gostei. Parece que ouvi algum ruído de motor lá fora, será que é ela, subindo a estrada de acesso, a noite escura não me deixa ver direito pela janela semi aberta. Logo veria os faróis acesos iluminando a estrada. Qual nada, deve ser um ruído qualquer, me confundi por certo. Vou fechar a janela a chuva aumentou e pode molhar tudo aqui dentro.

O telefone tocando, deve ser ela cancelando o nosso encontro, também pudera, numa noite doida desta, de repente o tempo se voltou contra nós, nos castigou a ficar longe um do outro. Tem sido tão difícil encontra-la ultimamente. Vou atender
- Pronto, alô!
- Amor, sua amada está retida em casa, o tempo está piorando...
Caiu a ligação. Deve ser o mal tempo, as ligações ficam às vezes interrompidas, vou tentar daqui.

Vamos telefone, completa a ligação, chama e chama, mas ninguém atende. Nisso, ela atende.
- Alô! É você amor!
- Sim minha querida, que saudade amor, mas acho que o tempo está contra nós, já viu o temporal lá fora.
- Sim amor, que pena, queria tanto estar ao seu lado agora, queria me aconchegar, deitar contigo agora, passar a noite toda ai.
- Acho que não deve amor, é muito perigoso, vou ficar aqui acordado mais um pouco, lendo meus poemas, nosso livro, todos dedicados a você.
- Se quer assim amor, sei que não tenho desculpa para sair agora com este tempo, podem achar estranho.       
- Fica bem amor, se cuida. Amanhã pela manhã passo ai. Um beijo amor. NEOQEAV.

O chá ainda está quente, sorvo bem devagar, o vento assola o campo lá fora, so me resta ir para cama sem ela. As cobertas este noite serão minhas companhias, minhas companheiras alheias aos meus sentidos, minha necessidade dela. Chá delicioso, quente e aromático. Calmante como todo chá, o sono me domina, minha cama me espera, me convida, meu travesseiro, impregnado pelo cheiro dela, o perfume que me embriaga, me levará ao sonho que preciso ter esta noite. O sonho de estar ao lado dela, protegido e amado, como dois namorados.

Gerson Araujo Almeida

20 de mar. de 2012

Nosso amor de Outono


As folhas já cobrem meu quintal
Por mais que eu as varra dos caminhos
Elas sempre vão estar lá no dia seguinte
Assim como você meu amor, sempre está.

Sempre estais em minhas manhãs.
Desperta-me do sono repousante
Beija meus lábios famintos
Pelo sabor do amor que roubo de ti
Nas noites quietas e frias

Nem ouço mais a cotovia
Que sempre na janela semiaberta
Convida a ver o sol que desperta
Deve ser inveja de ti

Amada do poeta, inspiração.
Afirma teu desejo de me ter ao teu lado
Mesmo que não saibas quando
Apesar da enorme distância
Nestas estâncias quero morar
Viver em prados pampas
Do meu cavalo apear e te encontrar
A beira do riacho repousar
Meu poncho te agasalhar

O outono se inicia
As folhas caem das árvores
Os campos se cobrem os frutos nascem
Nosso amor renova mais uma estação
De mãos dadas seguiremos então
Nossa casa, nosso ninho, nosso recanto.
Aconchego de amantes, homem e mulher.
Apaixonados viverão este desejado amor

Gerson Araujo Almeida


17 de mar. de 2012

Impregnado de você


Sinto-me em tudo que tocas
Nos lençóis que te cobrem
No travesseiro que te ampara
Na colcha que te agasalha
No sabonete que usa
Na espuma que provoca
No deslizar de mãos pelo teu corpo
Na visão do teu despertar

Cada gesto seu
Enlouquece este homem que te ama
Este amigo que se tornou amante
Este poeta que dedica belas palavras
A ti minha adorada, minha musa que me inspira.

Quero me deliciar com teus beijos
Teus abraços e desejos, tuas mãos...
Sobre meu peito, sentindo meu coração.
Que sofre na distância, que reclama da solidão.

Amor meu, você me prometeu.
O amparo e o aconchego
Tão logo posso chegar aos campos
Procurar-te, pedir o teu doce asilo.
Na casa de nossos desejos
Nosso lugar a dois, nosso ninho de amor.

Sabemos que o tempo há de passar breve
Ele não atrapalhará nossos sonhos
Irá parar quando finalmente nos observar juntos
Momentos eternos poderemos então viver
Do tempo, desfrutar e esquecer
O amor que só sobreviver nos faz

Como posso te esquecer
Lembro-me do dia que te vi
Eu apaixonado já estava
Uma breve emoção me tomou
Sabia que seria a chama que procurava
Amada, nosso amor naquele momento, eternizou.

Gerson Araujo Almeida


15 de mar. de 2012

Sou como o Colibri


Você disse que me daria asas
Que poderia voar para onde quisesse
Que bastaria que no fim do dia, voltasse.
Que aceitaria minha liberdade
Minha forma amável de ser
Não se importaria que voasse bem alto
Que sumisse pelo espaço afora
Que provasse o doce sabor da liberdade
Não mais cativo ficaria

Como é bom voar, sem destino.
Só experimentei quando era menino
Nada me prendia ao solo, o ar era meu destino.
Cada flor que beijava, colhia o puro néctar.
Até me deram um nome, colibri era chamado.
Beija-flor fui batizado, mais popular julgavam
Voando muito rápido, nem viam minhas asas bater.
Dominava o espaço da direita para esquerda
De cima até em baixo

Até que você surgiu
Deu-me água açucarada
Uma falsa flor na varanda, você pendurava.
Mal sabia que meu coração, prenderia.

Não me arrependo de nada
Ficar preso em teus domínios
Mas, sabe como é minha natureza.
Como um pássaro não poder voar

Precisaria estar machucado
Ter as asas arrancadas.
Estar velho e cansado
Não mais querer viver

Minha dona, minha amada.
Minha liberdade em nada te fará mal
Sei reconhecer o que fazes a mim
Amo-te cada vez mais
Nunca me prive de teus doces beijos
Sempre voltarei ao final dos dias
Antes que a noite chegue
Pousado em tua varanda, me aconchegue.
Bebendo de teu néctar, na flor de teus lábios.
Meu repouso certo vindo de ti
Minha proteção, o amparo que preciso.
A ternura que desfruto, só de ti posso ter.

Sempre voltarei sempre te amarei
Nunca te esquecerei, meu doce amor.

Gerson Araujo Almeida

11 de mar. de 2012

Tua imagem


Brinda meus olhos com tuas formas
Alimenta minha paixão com tua imagem
A divindade que habita teu ser mais parece ser
Uma obra criadora das mais belas e singelas
Bem me lembro, nunca vou poder esquecer.
Tua pele macia, tua boca sensual.
De teu corpo tenho o mapa
Não me perderei em teus campos
Tuas planícies e vales, local que habito.
Onde quero morar e me aconchegar

O riacho lá fora, meu rival.
Já provou do teu sabor
Nós sabemos o quanto é difícil
Não te ter por perto
Não te ver deitada nas noites quentes e abafadas
Nas areias macias e claras, iluminada pelo luar.

Minha bela amada
Formosa e pura
Anjo de candura
Por mim adorada
Venha para meus braços
Quero teus beijos e afagos
Deitar ao teu lado e descansar

Cara minha
Lembra-se de teu amado nas noites distantes
Enxuga tuas lágrimas de saudade
Uma vez mais te afirmo
Seja o tempo que preciso for
Ainda vamos nos encontrar, ao fim de nossas estradas

Gerson Araujo Almeida

8 de mar. de 2012

Mulher...


Saberei exprimir em palavras
Todo o carinho que recebo de ti, mulher.
Serei bastante sábio, serei iluminado.
Poderei dizer o que sinto
Ainda que me inspire, não me acho capaz.

Cada letra de teu nome
Em meu reduzido abecedário
Mostra o que sinto por ti, mulher.
Meus rascunhos estão cheios de tua presença

Se reclamo tua presença
Cada dia, cada hora, cada instante.
Momentos que me enchem de alegria
Satisfazem meus desejos
Tua luxúria de beijos
Teus lábios quando pronunciam meu nome
É porque a saudade, tamanha.
Remete-me aos momentos já vividos

Mulher...

Pode o tempo me afastar
As tempestades assolar a estrada
Meu caminho até você, ser difícil.
Pedras e poeira, curvas e encruzilhadas.
Atalhos e obstáculos, por pior que sejam.
Nada vai desanimar este homem que te ama

Cara senhora
Luz de minha vida
Eu quero o teu amor
Una teu coração ao meu
Satisfaça meu corpo, minha paixão
Ama este poeta que de ti, tira toda sua inspiração.

Feliz dia da mulher

Gerson Araujo Almeida

6 de mar. de 2012

Manhã de Sol


Clara manhã de Sol
Luz que me embriaga
Ela dorme ainda
Uma vez mais, grito teu nome
Salta de teu leito, ouve lá fora o vento
Amanhece nos campos..., onde está você, amor

Clamo em voz alta, teu doce nome
Levo em meu peito este pobre solitário
Ele bate compassado, em meio à saudade
Urgentemente, quero curar esta dor
Salta emocionado, quando sente tua presença
Amamos você, com todo ardor, meu amor

Como viver assim
Levando a saudade em meu corpo
Espero que tenha antídoto
Uma vacina que me cure
Satisfaça meus anseios
Amando, nos curamos de todo mal

Cara senhora
Leveza e paixão
É minha rainha poderosa
Uma vez mais te peço
Seja minha dona e protetora
Amor como o teu, jamais encontrei

Cada folha que cai
Leva minhas lágrimas contidas
Elas mostram minha tristeza
Uma a uma, cobrem meu rosto e meu corpo
Seja a felicidade que me falta
Antes que o dia, as horas, nossas vidas se findem

Gerson Araujo Almeida