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27 de set. de 2013

A gaveta marcada


Minha curiosidade atormenta-me
Que guardas nestas gavetas
Principalmente nesta, marcada
Com um coração pendurado para lembrar o que?
Se sentirá por acaso, machucada

Terá segredos, não creio
Senão estaria trancada
Hermeticamente lacrada, nem sequer sinalizada
Ou foi de propósito, deixada assim para me despertar
O que guardas aqui, posso ver, posso desvendar teus segredos?

Ou limpaste tudo e esqueceu apenas os sentimentos nela adormecidos 
Velhas cartas de amor, bilhetes dedicados, amores não resolvidos
Vou abrir, indiferente do certo ou errado, invadir tua intimidade
Quero te entender, quero saber o que pensa
Me adequar as semelhanças ou diferenças que tens
Quem sabe te despertar e te fazer amar novamente

Não me importa que caminhos terei que percorrer
Já estou bastante cansado para aventuras fúteis
Quero o repouso merecido de um guerreiro
O aconchego que penso merecer, a calma do entardecer

Vamos começar tudo outra vez?

Cara metade de uma vida
Leva-me pelos caminhos que conhecemos
Eu sei que te devo muito mais que mereço
Um lembrete nesta gaveta me assusta, assim marcada
Será que o amor acabou por minha incompetência
Amor que de tanto vivido, poderá ter perecido?

Gerson Araujo Almeida

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