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22 de out. de 2012

Estar sob a luz do Luar



Amanhece, me disponho a nadar no lago em frente à nova casa recém-alugada de madeira bem prensada, revestida pelo verniz naval que por estas bandas é comum, bela choupana.  O dia está ensolarado é início de primavera, dias quentes e floridos. Água fria, ainda não aquecida pelo Sol da manhã. Ouço ruídos vindos da extremidade ao mau lado direito a certa distância, outra casa próxima posso ver não tinha reparado ainda, cheguei à noite a só vi luzes acesas na varanda. É bom ter companhia, mostra que o local não é tão ermo como pensava.

Uma mulher mergulha nas águas e começa a nadar até uma ilha em frente, o lago é bem grande quase não se vê totalmente a outra margem, uma leve bruma ofusca a visão ao longe. Fui nadando até a mesma ilha era longe, mas ainda conseguia habilmente singrar a distância. Logo chego e avisto a mulher que já estava deitada na areia clara da pequena praia. Trocamos olhares apenas, reparei em sua beleza pura sem maquiagem, por certo era nativa da região, bronzeando-se pelo Sol da manhã. Dei umas voltas pela pequena ilha deserta quando voltei ao mesmo ponto de minha chegada, olho pegadas na areia e noto que ela já foi de volta a casa, que fica ao lado da minha do outro lado do lago. Que pena, poderia conhecê-la, trocar algumas ideias sobre o lugar, confesso que a solidão que me tem abatido ultimamente tem me deixado muito calado e solitário, uma companhia seria alvissareira, ainda mais de uma mulher linda e atraente.

Retornei a nado para casa, atravessei rápido o lago, por ser água doce, fica mais difícil a flutuabilidade mas, nada que não possa vencer facilmente. Cheguei à praia, um pouco cansado confesso, mas vou descansar ler um bom livro, escrever será a melhor terapia por certo. Logo farei uma leve refeição e uma boa relaxada na rede da varanda.

Não sei como foram possíveis, as horas se passaram tão rapidamente, nem percebi logo após o almoço deitei-me na rede e sucumbi ao sono profundo, muita paz e silêncio não pude mais ouvir as crianças ao lado, tudo calmo e sereno à tarde já avança no horizonte, o Sol.
Cansado pelo dia, já se prepara para seu sono solitário, por breve momento encontra com sua amante a Lua que desponta mais acima, ainda pode desejar uma boa noite a sua amada celeste, encontrá-la por momentos e sucumbir por trás dos morros ao longe, lhe é inevitável.

Ouço ruídos na água, parece que alguém está a nadar por perto, levanto-me da rede, me ponho de pé na varanda e vejo a mulher que estava na ilha, pela manhã, nadando bem perto, se refrescando na noite quente, ainda recebendo alguns raios do moribundo Sol. Lanço-me até a beira da água e me jogo num mergulho bem longo, a água não é muito clara mas, sinto a presença dela por perto, segurei sua perna, queria assustá-la. De um salto desvencilhou-se, fiquei preocupado, será que me perdoará pelo susto que provoquei. Emergi de pronto, me deparei com ela assustada mas, nada que pudesse provocar pânico.  
Desculpei-me:
- Me perdoa! Não tive a intenção de assustá-la.
Prontamente ela me responde:
- Nada demais! Confesso que pensei que fosse um grande peixe, ou algum galho de árvore submerso. Não faz mal, está desculpado.
- Muito quente a noite não acha?
- Sim! Não aguentava mais de calor, me lancei na água, pensei que estivesse só aqui, estou sem minhas roupas de banho, me sinto envergonhada, como vou sair agora da água.
- Não se acanhe, vou sair e pegar um roupão, logo voltarei, não vá embora.
- Sim! Vou esperar.

Mais que depressa, como um foguete me dirigi a casa e peguei um roupão de banho cobri-la, tirá-la da água, trazê-la para a varanda da casa, conhecê-la. É meu desejo. Entrei na água e a cobri por inteiro, melhor seria tirá-la logo da água, já estava escuro e a temperatura mais amena e convidei-a:
- Vamos até minha varanda, não se incomoda?
- Não! Vamos, me empresta uma toalha, depois te devolvo o roupão, como vou embora, nua?
- Claro! O que diriam as crianças, por falar nisso, são seus filhos?
- São os frutos de uma vida de amor, embora este amor já não esteja tão vivo assim.

Eu a olhava com desejo, sua beleza me irradiava paixão, queria possuí-la, tê-la ao meu lado para sempre. Acabaria com minha tristeza e solidão, poderia amar novamente, renovar as esperanças de um novo amanhã. Segue a noite e eu sugiro:
- Quer tomar um banho, antes de ir. Come alguma coisa, tenho frutas e cereais, pão e queijo.
- Não! Não precisa se incomodar, logo que chegar a casa tenho que alimentar as crianças e meu marido.
- Tudo bem, mas tome um banho e leva outro roupão meu depois me devolve, não deixe que veja, pode te trazer problemas.
- Tá! Vou tomar um bom banho e depois me vou, foi um prazer te conhecer.

Fiquei na sala, liguei a TV e fiquei ouvindo a água caindo no Box, logo percebi que ela havia entrado debaixo da ducha morna e forte. Não resisti e me dirigi ao banheiro, abri a porta devagar e a vi por trás da porta do Box, sua silhueta sedutora, seu corpo que me deixou cheio de vontade de abraçar e ter ao meu lado. Abri a porta do Box e ela estava de costas ensaboada e a espuma escondia suas curvas eróticas. Não aguentei e entrei. Ela a princípio se assustou, mas não disse uma palavra, se deixou levar por minha audácia em tocá-la delicadamente. Aproximou-se mais, já estava sem minhas roupas e ensaboado por ela, nos ensaboamos e ali nos amamos pela primeira vez.

Não sei quanto tempo durou, nem me preocupei pelo estrago que fizemos, dentro e fora do Box, molhamos tudo em volta, havia espuma por todos os lados, foi maravilhoso e pecaminoso se assim se enquadra o que fizemos ali. Só sei que foi divino e gostoso cheio de prazer e volúpia, nada mais me importava do que ter aquela mulher ali naquela hora, intensamente.

Terminamos nossa noite de amor em minha cama, coberta pela luz da Lua que já penetrava seus raios pela janela do quarto e cobria aquela mulher que me fascinava e pôde me tirar do marasmo que me encontrava. Seu nome, não importa, só lembro-me agora que foram muitas vezes. Não me canso de relembrar, quantas vezes estivemos a luz do Luar.

Gerson Araujo Almeida



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