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1 de mai. de 2012

Como é doce e lindo te amar



Choveu por todo o dia, só agora pude ir lá fora ao quintal, à tarde já se vai mansa e fria, bastante úmida. Toda a grama em volta da casa está encharcada, molhei meus pés, os sujei na terra molhada. Uma brisa sopra bem devagar, vinda do alto do morro lá de trás, das árvores ainda posso sentir os pingos que caem das folhas, como se fossem choro de saudade, você não apareceu por estes dias. Posso sentir o vazio que resta em meu peito, uma dor suave mas, constante. Sei que não é perda, nunca vou te perder meu amor. Não fique angustiada, amanhã é quarta é o fim deste feriado prolongado, vamos a tarde poder entrar em contato. Meu celular sempre ligado, recebendo tuas mensagens, meu telefone mudo até agora, sei que não pode ligar, podem nos ouvir, podem prestar a atenção indesejada por nós. Não se sinta assim, a tristeza só nos faz mal. 

Todos já se recolheram, os pássaros aos ninhos protegidos da chuva, as galinhas no cercado atrás da casa, em seus poleiros altos, chocarão seus ovos que porão logo pela manhã, apanhá-los-ei ainda bem quente nos ninhos farei alguns cozidos, outros aquecido, uma gemada faria bem. Embora tenha bastante colesterol, o meu nível esta bem normal. Nada me impedirá de saboreá-los. As frutas do pomar, já estão maduras, as goiabas, as mangas o abacate estão no ponto, preciso apanhá-los logo, senão amadurecem no pé, os pássaros os comem, outros serão jogados ao chão e se desmancharam. Afinal, são tantos que mal alimentar outros seres que aqui habitam em harmonia. Vi uma colmeia bem dentro da mata ao fundo, perto de uma jaqueira bem alta, preciso ter cuidado, podem me ferrar se lá as importunar. Vou deixar para outra hora com calma recolher alguns favos, procurar alguém que entenda disso é mais seguro. 

Que saudade meu amor de ti. Como desejaria que estivesse comigo aqui, ao meu lado sorridente, tomar nosso chá de cravo que tanto adora comer os brioches que comprei lá fora, na padaria do lugarejo próximo, me garantiu o rapaz balconista, foram feitos hoje. Pela maciez deles, comprovei, estão no prato de porcelana decorado sobre a mesa da sala, junto ao bule de prata e o candelabro. O som ligado bem baixo, músicas lentas que tanto apreciamos românticas e que nos fazem levitar. Nossa cama arrumada, lençóis limpos e esticados, cobertor bem grosso por cima, para agasalhar nossos corpos nus. 

Como queria te ter aqui agora, te ver saltando do carro, vindo correndo em minha direção como sempre o faz me abraçando forte, me beijando muito, sentir teu aroma, tua necessidade de carinho, te alimentar com todo o meu amor que brota deste velho coração quando te vejo. Leve e faceira cheia de desejos. Minha amada, como você me faz falta. 

O frio aumentou, vou procurar me agasalhar mais, aqui fora a luz já se foi, apenas alguns raios de sol ainda teimam no horizonte, aqui do alto ainda posso ver, mas não sentir o calor. A Lua se for possível, me fará companhia, ela sempre chora quando me vê sozinho na janela olhando a porteira lá embaixo no fim da estradinha de pedras recheada de grama. Plantei umas folhagens bem coloridas ao longo dela, plantas nativas, não sei o nome, quando vir até aqui, tenta descobrir. 

Amor da minha vida aqui ficará teu amado até tarde, só e tristonho, se puder me liga me mande uma mensagem, na cadeira de balanço me instalo, o som baixo me faz pensar, como é doce e lindo te amar. Vou saborear os brioches e nosso chá. 

Gerson Araujo Almeida

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