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11 de abr. de 2012

O fraco som do despertador


Acordei ao som do despertador, ao toque eletrônico, um pouco baixo mas deu para ouvir e me fazer levantar. Nenhuma mensagem sua gravada no celular, apenas as antigas. Joguei-me novamente na cama, me espalhei em meio às cobertas ainda quentes e desarrumadas, travesseiros soltos. Uso sempre dois travesseiros, um ao meu lado para assim imaginar que você está aqui deitada. Travesseiro companheiro consola-me pela noite solitária, você não pôde vir, estava ocupada, tinha outras coisas, não que não fossem importantes, para fazer. Sei que é o nosso futuro em andamento, já me falou sobre isso. Eu não posso, não devo, não quero reclamar contigo, é apenas o coração do poeta que não se conforma ficar sem você. Como tudo em nós é pura emoção, carinho e devoção, sentimentos que cultivamos ao longo destes anos. Só alegrias me deste e sei que cuidará desse nosso amor tão simples, que por vezes se sente distante. Mas o que é a distância para quem ama. Apenas um muro que se salta com facilidade. Sempre achamos um jeito para amar e nos ver, nos transportar ao nosso espaço por nós reservado. Nossos sonhos sincronizados por vezes amenizam as noites em nossas camas.

Tenho que me levantar ficar aqui deitado o dia inteiro só me fará mal. Nossas rosas lá fora, precisam de cuidados, assim como me preocupo com você, no seu trabalho, na sua vida diária. Fico danado quando não tenho notícias suas, não me exclua de nada na sua vida. Preocupo-me de verdade. Não posso ligar para tua casa, podem atender rastrear meu número, descobrir nosso segredo tão bem guardado até agora. Vamos velho corpo cansado, levanta, toma uma atitude, seja forte a coragem sempre residiu em você, não me decepcione. Vá varrer o chão, arrumar esta cama que mais parece uma arena. Como me mecho na cama, parece que estou em um barco na tempestade. Fazer meu café, comer meu pão fresquinho com margarina, manteiga tem muita gordura, não me cai bem. O velho queijinho branco que adoro, desde menino o provo. Calçar meus velhos chinelos macios e obedientes que me protegem os pés. Um agasalho mais forte, lá fora está nublado com ameaça de chuvas leves, foi o que disse a menina do tempo ontem no noticiário.

Ao abrir as janelas, renovando o ar pesado da casa, recebo uma fraca luz do Sol que tenta vencer as nuvens que resolveram o ocultar, parecem mais fortes que o de costume, não querem que ele fale comigo. Três degraus me saparam da macia grama bem verde, coberta pelo orvalho da noite passada, sinto a unidade nos pés. Pego regador e encho de água até em cima, uns bons dez litros de cada vez, elas, as rosas agradecem, noto que se abrem os botões bem devagar junto aos raios fracos do Sol que teimosamente lutam para lhes alimentar de radiosa vida. Quase as ouço cantar, ou melhor, parecem repetir teu nome, sim parecem dizer:
- Onde está ela poeta! Cadê a dona deste jardim? Não veio ontem à noite enquanto dormíamos, não apareceu pela manhã como de costume, ou foi você que dormiu demais?

Acho que fui preguiçoso ou ouvi tarde o despertador, será que mandou mensagem, depois vou olhar nos arquivos no celular, por hora cuidarei delas, plantadas pela mulher de minha vida, de minha esperança de um futuro diferente, uma vida de amor e paz, que almejo sermos capazes de viver e sentir e de juntos estas rosas e muitas outras, plantadas ao redor de nossa futura casa, plantar. 

O sol veio me falar que já vai se retirar.

Gerson Araujo Almeida



2 comentários:

  1. Lindo !!! Parabéns pela sensibilidade !!!

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  2. meu amor.....amo vc....só nao mandei mnsagem porque nao quis te acordar no meio da noite e nem muito cedo
    saudade

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