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28 de abr. de 2012

Nenhum sinal dela


Nenhum ruído vem lá de fora, a noite soberana se espalha pelo quintal. As flores murcharam, fecharam suas pétalas para dormir o sono reparador, felizes são elas, não sentem a saudade como eu das mãos dela. De suas carícias pelo corpo macio, carregado de desejos, me mostrando sua silhueta ante a luz do fraco abajur do quarto, projetando sua sombra cheia de volúpia na parede a dança dos casais apaixonados. Mais parece um sonho, mas posso relembrar seus movimentos inquietantes, docemente realizados pela sutileza que sempre demonstrou quando está aqui, ao meu lado. 

Apaga meu fogo, abranda meu calor, sempre que peço atende-me, supre-me, me alimenta, me sustenta com amor, carinho, dedicação e luxúria. Mal posso me levantar pela manhã, exausto que fico. Sempre desejo que a noite seja eterna, que meus lençóis a prenda em minha alcova, não a deixa mais sair daqui. Mas, não posso pedir tal ato dela. Sabemos de nossas limitações, as implicações que haverão de vir. Ainda é cedo para tal decisão. Procuremos aproveitar a situação por hora. Nada me afastará desta mulher que me roubou o coração, a alma, o espírito de aventura. Só esta criatura mereceu deste ser apaixonado, tamanha demonstração de carinho e dedicação. Servidão seria a mais correta palavra. Que me importa o que falem de nós, o julgamento já foi feito, o tempo vai nos permitir viver tudo isso que planejamos. 

Vou tentar ouvir alguma coisa lá fora, ver algum sinal que venha do fim da estrada, um farol bem claro do carro dela, uma buzina ao longe, quem sabe possa ouvir o vento me trazendo boas novas. Mas parece que a noite o proibiu de vir. Está abafado e quieto, o som do silêncio abafa meus tímpanos, que sensação ruim. Parece que o tempo parou, nada mais existe para alegrar este coração solitário, só as fotos dela no calendário sobre o móvel da sala, junto aos candelabros. Vou permanecer aqui na sala, janela aberta, a fraca luz do luar ainda me faz companhia, menos mal, me cobre os pés protegidos pelos velhos e confortáveis chinelos. Pés que desbravaram muitos caminhos, retiraram muitas pedras, levantaram muita poeira pelas estradas da vida, aqui agora mansos e calmos, cansados e velhos, um pouco inchados, por estarem muito tempo parados. Ainda me levam a lugares lindos que sonhei viver com ela. Aqui é o nosso cantinho aconchegante, nosso ninho de amor repousante. Que mais posso exigir desta vida malvada. 

Que me traga a felicidade merecida, pela qual lutei e quero viver ao lado dela. Amada minha, te espero o tempo que for preciso, nada nos impede de viver este amor com serenidade. Lembre que esta alma te anseia, te quer e deseja, quer te amar e seu corpo onde habita levar ao teu encontro. Venha amor, assim que puder, não importa a hora, o tempo, o dia, o momento será de tua escolha. Venha me amar, me dá teu sopro de vida, me levanta e me leva em teus braços, para viver esta grande amor contigo, meu amor. 

Gerson Araujo Almeida

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