Por onde anda minha Rosa

Por onde anda a minha rosa, que de repente surgiu
No meio do meu canteiro, linda, bela e juvenil
Será que partiu..., será que não gostou dos
Carinhos que a ela dispensei, sempre a reguei
Com a água mais pura, do riacho que por aqui
Passa. Será que fui traído pelo cravo, que sorrateiro
Mal amado, fofoqueiro, desalmado.
Encheu seu pensamento de mentiras a meu respeito
Não tinha este direito, pois também usava meu
Canteiro, como seu abrigo rotineiro. Ingrato...,
Se o encontrar, vou arrancá-lo e jogá-lo no regato

Ela veio e se instalou, nem me lembro quando plantei
Não sei, mas parece que surgiu do nada
Logo se tornou minha flor amada, causando ciúmes
As demais, moradoras deste trecho do jardim
Sempre bem, dela cuidei, sempre sua terra, adubei
Seus espinhos, cortei, por vezes até me furei e
Sangue derramei, mas foi por uma boa causa,
Quem por amor, não sofre ou sofreu, sangrou sua
Alma..., machucou seu coração, as vezes em vão

Sempre que me lembro dela, uma lágrima verte
Se derrama neste rosto cansado, maltratado
Minha querida Rosa, por onde andas, fostes
Embora sem dizer nada, me deixastes triste, infeliz
Nada te fiz para merecer tamanha indiferença
Não me ligas, não me mandas recados, uma carta
Um anúncio na imprensa..., me digas o que pensa

Comigo, só tivestes alegria, nosso amor nos nutria
Saciavas meus desejos, nossos dias eram claros
Ensolarados..., nunca chovia. Teu riso largo, dentes
Dentes alvos, que minha língua roçava com meus
Beijos ardentes, quentes.

Nossa alcova, sempre desarrumada, não havia tempo
Para saciá-la, toda hora todo o tempo, um frenesi
De paixões se abatia sobre nós.
Como sinto a tua falta...

Vou plantar outra rosa
Vou procurar um outro amor
Quem sabe eu consiga
Uma Rosa, como novo amor
Que consiga afastar de mim esta dor

Gerson(210510)